Perdi a Aposta

01/09/2020 15:20

Sempre fui fiel, talvez porque meu primeiro namorado me traiu por sexo, eu estava na fase platônica e acho que até hoje não perdoei.

Não me casei virgem, mas sendo fiel. E segui assim até ontem, ou melhor, eu não traí meu marido, fizemos um acordo que ele agora quer reclamar. Vejam só!

Não temos frescuras entre nós. São quase cinco anos juntos e fazemos de tudo para fugir da insistente rotina que busca se instalar a cada descuido. Falamos sobre tudo, de tudo experimentamos, temos brinquedos infantis e até sexuais. Somos livres de rótulos, certos e errados. E somos totalmente fiéis.

Ontem nossa conversa girava em torno de sexo com amor ou simplesmente por prazer e caí na besteira de dizer a ele que a minha realidade é que só faço sexo por prazer com quem amo. Não acredito que teria prazer com um homem que eu não amasse.

O assunto foi interrompido com a chegada de Pedrinho, um amigo nosso – era amigo de trabalho do Antônio e passou a ser meu amigo também. Não por ter boa aparência, ser quase atleta, nada disso. Ele simplesmente é uma simpatia que tem o dom de fazer todos rirem a sua volta. Agradável, respeitador, sincero e brincalhão, muito brincalhão.

Pouco depois dos cumprimentos, já tomando cervejas e conversando na sala, Antônio, sem qualquer pudor, introduziu o tema que estávamos discutindo dizendo ao Pedrinho que ele interrompera minha maior mentira. Depois de casada eu estava mentindo descaradamente e isso poderia quebrar a confiança mútua.

Tudo explicado em detalhes e com muitas gargalhadas, Pedrinho fala muito sério me olhando nos olhos.

— Você está equivocada Valéria. Você não tem qualquer restrição a mim e eu garanto que faria você gozar loucamente, mesmo sem me amar.

Virou debate para algumas horas, muitas brincadeiras, alguns toques, beijinhos em mãos, rosto, joelhos, gargalhadas e até concurso de excitação. Que lado ficaria mais excitado sofrendo beijos dos dois homens no mesmo instante.

Me fizeram ficar de pé. Antônio ficou na direita e Pedrinho na esquerda. Afastamos a mesa repleta de muitas e muitas latas de cervejas. A brincadeira simples: cada um sugeria um lugar a ser beijado e os dois beijavam. Eu não poderia beijar ninguém, nem ao Antônio. Todo muito alegre fomos dando asas e justamente Antônio é quem começa a provocar.

— Agora no lóbulo da orelha. – Diz Antônio.

— No cotovelo. – Retribui Pedrinho

— No pescoço…

Antônio desembestou a fazer merda: na orelha, mordidinha, no cantinho da boca, no colo, entre seios, no umbigo, do lado de dentro da coxa…

Estávamos todos desinibidos pela cerveja. Ela acabou e Antônio abriu o whisky e serviu a todos a primeira dose playboy enquanto ele trazia o gelo. Na volta mais uma dose playboy, mas ele, o canalha, não bebeu.

Ele seguiu exigente enquanto Pedrinho já tinha dificuldade de escolher locais.

— Beija com dez beijo os dedos e a planta do pé!

Ele sabe que sinto cócegas e ele me senta em seu colo para Pedrinho tirar uma das minhas sandálias.

Enquanto eu, sendo beijada nos pés, agonizava de cócegas, Antônio solta meu sutiã, tira pelos braços e joga para o alto.

— O que está acontecendo? – falei irritada olhando sério para meu marido e ele… Ele foi fulminante.

— Estou curioso Valéria. Quero fazer uma aposta com você e o Pedrinho será o juiz. Quinhentos reais, você topa ou não topa.

Em poucos minutos, quase bêbada, fui convencida. Eu ficaria deitada no colo do meu marido, braços amarrados para trás, vendada e Pedrinho tentaria me fazer gozar.

— Se você gozar com Pedrinho eu ganho seus quinhentos reais. Se ele não conseguir fazer gozar você ganha meus quinhentos reais. – O olhar de Antônio estava guloso.

Ele estava em plena ereção. Isso me fez aceitar sem pensar bem no que eu estava fazendo. Quando dei por mim exigi:

— Amanhã nenhum de nós toca no assunto. Concordam?

Meu marido estava louco. Acabei de falar ele me intimou com seu vocabulário matemático habitual:

— Se e somente se você tirar a camiseta.

Rindo muito vieram os dois contra mim e arrancaram pela cabeça minha camiseta e Antônio determinou:

— Pode ir beijando, eles estão acessos e pedindo beijos. Agora são dez beijos em cada biquinho.

Me assustou o Pedrinho acatar as ordens e eu me submeter aos risos sem refutar. Será que eu estava querendo?

Antônio sumiu e voltou com cinto, pano para venda. Enquanto Pedrinho me vendava e prendia meus braços com o cinto a saia que eu usava desceu com calcinha e tudo. Eu estava nua. Nua não. Estava com a venda e sem me ver nua estava mais calma. Fui pega cuidadosamente no colo. Não sei como percebi, mas quem me carregava era Pedrinho que me depositava com a cabeça na coxa de Antônio. Com carinho me fizeram ficar confortável na poltrona sem que meus braços frouxamente presos me incomodassem. De repente chega a grande surpresa. Sem qualquer aviso ou ruídos que me prevenisse minhas pernas são erguidas e arreganhadas. Percebo Pedrinho entregando minhas pernas ao Antônio que as ergue ainda mais afastando minha bundinha da poltrona e escancarando minha vagina ao amigo que parte para um ataque fatal.

Lá estava eu extremamente alcoolizada, exposta, vendada, mãos amarradas, deitada no colo do meu marido, me preparando para o inesperado – o que estava por vir? – e imagine o quanto eu estava pronta para me entregar a outro homem, provocada por meu marido acesso e com a pica pulsante em minha cabeça…

O ataque foi injusto. Boca quente. Sucção forte no meu grelinho. Língua em açoite doido e eficiente num grelinho já intumescido e hipersensível. Rosto arrastando em toda minha vulva.

Atacada, tentei fechar minhas pernas numa luta com meu marido que me oferecia e isso, mais que tudo, me levou a um súbito e inesperado orgasmo tão intenso que, com aposta e tudo, arrancou de mim um gritinho agudo e um arrepio fenomenal. Tentei disfarçar:

— Que susto!

Não resolveu. Eu estava gemendo, corcoveando e estremecendo todo meu corpo arrepiado e em especial minha pélvis.

Estranho, ao invés de anunciar sua vitória, meu marido ficava me recordando:

— Lembre-se, se gozar eu ganho a aposta.

Ele sabia que eu estava em um orgasmo daqueles raros orgasmos múltiplos. Ele queria era me ver rendida e possuída pelo Pedrinho, seu amigo, que se mostrava um mestre em dar prazer.

Não, não era apenas sua boca que me matava de prazer. Suas mãos passeavam ágeis e incansáveis na exploração do meu corpo.  Agora dois dedos estavam dentro de minha vagina com vibrações que ampliavam, como nunca, meu prazer infernal que não se consumia.

Meu marido me via embasbacada, olhos virando, palpitações cardíacas, ofegante, trêmula, corpo vibrando e em movimentos de coito enquanto gritinhos guturais incompressíveis se mostravam aos gemidos e tomadas de fôlego.

Finalmente aquela deliciosa agonia explodiu e a grande satisfação após o orgasmo vinha tomando o que sobrou de mim. Mas eu não sabia, estava sob tortura.

Um membro duro e imponente começou a ocupar todos os espaços de minha vagina e mesmo imensamente lubrificada eu o percebia entrar estendendo ao máximo uma musculatura que se contraía como louca. Logo ele estava profundamente dentro de mim e meu orgasmo renascera sem ter morrido. Vagarosamente ele sai quase completamente e volta a penetrar sem dó, mas muito devagar. Escuto seu sussurro soprando em meu ouvido:

— O que você deseja agora, além de ser minha putinha.

Palavra cera, na hora certa. Ansiedade. Mordi os lábios. Mas não, não resisti:

— Arromba forte e rápido a bucetinha desta putinha com seu caralhão!

Não, não era eu que estava falando isso. Me marido soltou minhas pernas e aplaudiu. Pedrinho reagiu bombando forte e dando tapinhas enlouquecedores no meu inchado e intumescido grelinho que parecia que ir explodir. La estava eu novamente fora de mim repetindo:

— Antônio você ganho a aposta! – eu falava com imensa dificuldade e felicidade – Agora sou a putinha do Pedrinho e você é um… um corno. – Falei com muito prazer explodindo e voltando a explodir em pequenos intervalos e sorrindo com alegria para um macho que me liberara da venda para que eu visse meu marido sorrindo com lágrimas na face.

Percebi que Antônio ejaculara ao ouvir-me dizer que ele era um corno.

Eu pensei que estava totalmente entregue até que entre orgasmos deliciosos sinto um dedo penetrar no meu cuzinho virgem. Ele (e eu) detesta brincadeiras, toques, abusos. Juro que ia brigar.

Pedrinho me ergueu, com aquele dedo abusado dentro de mim. Mostrou meu cuzinho invadido ao meu marido que estava com a bermuda manchada. Pediu para que soltasse minhas mãos.

— Ela não vai deixar, eu aposto. – O meu marido apostador quis apostar com Pedrinho e ele topou na hora.

Eu estava dobrada ao meio, me apoiei – com as mãos livres – no pescoço do Pedrinho que, de pé, sem esforços, movimentava minha bundinha para cima deixando-a descer pela gravidade em direção a sua pica. Era tão rápido, mas tão rápido que não mais percebia o intruso dedo. Eu estava experimentando um gozo divertido.

Meu marido participativo passou manteiga nos dedos de Pedrinho que agora, me mantendo inerte, dobrada ao meio, espetada na sua pica, meteu-me dois dedos cuzinho adentro e entrava, saia, rodava. Era desconfortável, mas meu prazer se mantinha e estava crescendo.

Ele me depositou na minha cama. Já estávamos no meu quarto. Na cama onde vivo com Antônio. Ele manteve meu corpo dobrado. Subiu me colocando entre suas pernas e quando se abaixou para me penetrar com aquela deliciosa piroca – cruzes, como estou desbocada – me senti cavalgada, uma puta, uma vadia…

Os dois passaram a me xingar como se adivinhassem meus próprios pensamentos e eu gozava sem qualquer inibição, e gemia alto, e ajudava como podia. Perdi as forças. Será que desmaiei?

Não sei o que aconteceu, só sei que consegui perceber meu marido sendo expulso, Pedrinho ligando para sua mãe dizendo que iria dormir lá em casa porque tinha muitos serviços por fazer naquele sábado.

Meu marido fora do quarto, eu fui levada ao banheiro, Pedrinho me deu banho, me enxugou, me levou para a cama e fizemos sexo e carícias por quase toda noite com muito carinho, dormimos agarradinhos e acordamos muito tarde.

Agora que o delicioso Pedrinho, que me ensinou a fazer sexo com prazer e sem amor foi embora, vem ele, o voyeur ejaculador, querer, pela primeira vez em sua vida, discutir a relação.

— Quem gosta de discutir ralação sou eu. Você sempre fugiu. Agora, que gostou e gozou por ser corno foi você. Não venha me condenar por ter descoberto o que você queria que eu descobrisse. Agora sei que posso ter mais prazer com outro homem do que com você, mas que nosso sexo tem um tempero especial, nosso amor. Nunca vou te abandonar nem trocar por ninguém, mas se você quiser e só se você quiser, disse imitando seus trejeitos, faço sexo com Pedrinho com muito prazer como você já constatou, meu corninho. E vou contar pra todo mundo.

Por isso estou aqui, com Antônio me ajudando a lembrar pequenos detalhes, já ereto e querendo me levar para cama, mas ele sabe que preciso recuperar minhas energias.